Em Março fiquei desempregada. Depois de quase dois anos e meio no mesmo sítio, habituada a pessoas, lugares, cargos, tarefas e afins, eis que me abriram a porta da gaiola e me libertaram no meio da crise e do desemprego, sem subsídios, sem meio de sustento.
Fiquei dois meses em casa. A ruga de preocupação que exibo entre os olhos, logo acima do nariz, afundou-se mais um bocadinho...
Apareceu uma oportunidade. Agarrei-a com unhas e dentes. Depressa descobri que não tinha futuro, não era para mim. Mesmo assim trabalhei como se fosse e passados dois meses e meio abracei uma segunda oportunidade. Implica trabalhar com tarefas diferentes das que estava habituada. Implica outros conhecimentos que não os adquiridos durante a licenciatura. Implica ter que batalhar mais um bocadinho para ficar a par dos outros. Mas não importa. A crise não dá de bandeja duas oportunidades, assim, de seguida. Pode ser que seja desta que eu comece a construir o meu futuro. Aos 30 ainda vou a tempo, não vou?